quinta-feira, 15 de abril de 2010

Estado, mais Estado e mais um pouco de Estado

Começa a ser chato ter o Estado em quase todos os sectores da economia portuguesa. Além das participações sociais são também gestores do partido do poder na gestão das empresas privadas. BCP, Mota-Engil e PT são os mais emblemáticos, uns bem visíveis e outros nem tanto. Corrupção e falta de ética começam a ser as imagens de marca deste Governo, mas não há escândalo que o retire do poder. José Sócrates já passou o limite do aceitável e está cada vez mais distante o cenário da manutenção do poder. Do lado da oposição, resta saber se, caso vença, Passos Coelho terá a coragem de mexer a fundo num mundo de onde ele próprio vem...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Mais um coelho da cartola?

Ele veio, viu e venceu. Não foi à primeira, mas também não foi precisa uma terceira para ser de vez. O novo líder do PSD, duma só cajadada, mata o campo do eleitorado do CDS e dos tradicionais do PS que estão descontentes com o a situação actual. Pedro Passos Coelho vem cheio de energia e cheio de legitimidade para pegar num PSD desfigurado e convertê-lo numa verdadeira força partidária que, unida, consiga convencer os portugueses a optar pela alternativa ao partido no poder.

Pedro Passos Coelho apresenta propostas à direita e atitudes à esquerda. Tende claramente para o lado de Paulo Portas com questões como a insegurança e a saída do Estado da esfera empresarial e, por outro lado, é a favor do aborto e da adopção por casais homossexuais, adoptando uma atitude bastante liberal nas questões sociais e que são bandeiras da esquerda. Pedro Passos Coelho passou por todas as eliminatórias da cena partidária até chegar à grande final, onde disputará o lugar de Primeiro Ministro com José Sócrates. Há quem diga de tudo: que é bom conhecer como funciona a coisa; que é mau porque vem com vícios dos joguinhos partidários; que é bom e mau; que é assim assim. Não acho que isso seja determinante em termos de uma eventual subida ao poder porque, caso isso acontecesse, de certeza que de imediato tinha uma lista de pessoas com experiência de poder a trabalhar com ele.

O novo líder do PSD é um indivíduo bem intencionado, tem ideias interessantes, fala de forma clara e transmite confiança. Para o PSD, consegue ganhar eleitorado que votou PS e CDS, apostando em ideias que lhe conferem um carácter de homem moderno. Espero sinceramente que tudo não seja um grande número de circo bem montado com o risco de se perder uma oportunidade para afirmar o PSD como o grande partido do centro, com claros benefícios para o país. Ficou claramente provado que a tentativa de colagem à direita desfavorece o partido, com muitos eleitores a preferirem o CDS.

Passos Coelho tem uma grande oportunidade para mostrar do que é capaz. Por isso, esperemos para ver como reage ao embate iniciar com o Primeiro Ministro. Terá de ser capaz de manter o partido unido, de apresentar as propostas com as quais venceu a campanha interna e de mostrar aos portugueses que é a alternativa credível ao PS e não é apenas o um coelho tirado da cartola da jota.

CBA