segunda-feira, 25 de maio de 2009

O empreendedorismo pode ser ensinado

Sempre defendi que era preciso um maior empenho, da parte nas nossas universidades, na promoção do empreendedorismo. É um facto que a grande maioria dos jovens recém licenciados não sacrifica um emprego (por mau que seja) por um investimento em tempo e em capital em algo que não tem a certeza de que irá resultar. E é legítimo ser-se defensivo numa fase da vida em que tudo está em jogo. Mas, tendo os apoios e incentivos certos, o caso muda de figura.

O empreendedorismo pode ser ensinado: é necessário da uma maior atenção ao desenvolvimento da criatividade, nas diversas unidades curriculares leccionadas; tem de haver formação em criação de empresas, estudos de mercado e desenvolvimento de projectos e produtos; através da selecção das melhores propostas, iniciar uma fase de potenciação da ideia e lançamento das bases daquilo que será o negócio da empresa. Deve também ser prestado auxílio através de financiamento garantido e apoio jurídico por um conjunto de empresas (apoios que iriam gerar benefícios fiscais), fundações e Estado. Com este tipo de segurança, conjugadas com regalias fiscais dadas pelo Estado por um certo prazo, novas ideias podem ser postas em prática e novos projectos podem ser desenvolvidos. Áreas como as tecnologias da informação, o turismo, as energias renováveis, as actividades ligadas ao mar, podem gerar empresas que potenciem e rejuvenesçam o tecido empresarial português, nomeadamente PME que criem elevado valor acrescentado através do recurso a tecnologias e métodos eficientes.

O empreendedorismo é eficaz contra a crise social (crónica em Portugal) porque fomenta o emprego (possíveis desempregados tornam-se empresários que até podem contratar); inspira pequenos empresários e motiva-os, injectando-lhe uma dose de confiança (muito em voga nestes dias, pela escassez dela); faz com que a tecnologia seja mais aprimorada, desenvolvida pelos novos empresários que não se identificam com métodos antigos; explora nichos e sectores com carências de mercado; dá oportunidade a pessoas que, de outra forma, iriam parar a grandes empresas e adaptar-se-iam aos seus métodos, cultura e estrutura (diminuindo o espírito empreendedor). Por todas estas razões deve-se ensinar o empreendedorismo.


ANEXO: OS TRÊS PILARES DO EMPREENDEDORISMO


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